As 3 grandes do setor, LG, Philips e Samsung anunciam suas novas linhas de televisores de LCD, plasma e LED, todos com um novo atributo: preço em média 35% maior que os anteriores. Novidades tecnológicas? Qualidade? Beleza?
Na verdade, um lance arriscado do trio que domina algo como 3/4 das vendas de televisores voltados ao segmento premium de mercado. Ano passado, quando da crise global e do aumento do dolar que chegou até R$ 2,50, era previsível um ajuste moderado, que de fato ocorreu, pois os custos dos insumos em dolar cairam, quase compensando a taxa cambial.
Aí a Samsung sai na frente e lançou sua série de televisores com tela de LED e funcionalidades adicionais, a preços bem acima da média. Enquanto a maioria dos analistas imaginava uma adoção lenta dessa tecnologia por conta do diferencial de preços, eis que a turma que controla o mercado resolveu ousar e majorar os preços, em tempos de consumidor cauteloso e dinheiro curto. Pode ser um tiro nos pés de cada um dos fabricantes. Pode não ser.
Enquanto o cenário não fica claro, duas recomendações:
1- Se você pensava em comprar um televisor agora, verifique os preços dos modelos antigos, que podem estar bem dentro de seu orçamento, e mande ver! Não espere mais.
2- Se você não tem certeza, espere… Um pouco de reação do consumidor ajuda a aplacar a sanha dos fabricantes. Com certeza, as grandes redes de varejo e os portais de comércio eletrônico vão pressionar os preços para baixo.
Uma analogia que vale é a dos carros: os modelos premium, importados, diretamente ligados à cotação do dolar cairam de preço -em reais- até 40% nos últimos 12 meses, embora o dolar esteja mais alto. A razão é uma só: o aumento da concorrência entre as montadoras, apanhadas no contrapé da crise global e na relativa estabilidade do mercado brasileiro.